Introdução
Greves operárias foi como ficou conhecido no Brasil o movimento foi feito para melhores condições de trabalho, melhores salários e garantia trabalhistas.
Com o crescimento urbano e industrial, surgiram vários bairros operários em cidades do Brasil. A vida nesses bairros era bastante precária, refletindo em baixos salários dos operários, o trabalho era cansativo, além da falta de garantia de leis trabalhistas como; Descanso semanal, férias e aposentadoria. Nas fábricas, ocorria mão-de-obra infantil, muito mais barata do que a adultas muitas crianças acabavam com braços mutilados pelas máquinas e, assim como os outros trabalhadores não tinham direito a tratamento médico.
As greves de 1917
Em 1917 houve uma onda de greves iniciada em São Paulo em duas fábricas têxteis do Cotonifício Rodolfo Crespi e, obtendo a adesão dos servidores públicos, rapidamente se espalhou por toda a cidade, e depois por quase todo o país. Logo se estendeu ao Rio de Janeiro, e outros estados, principalmente ao Rio Grande do Sul. Foi liderada por elementos de ideologia anarquista, dentre eles vários imigrantes italianos. Os sindicatos por ramos e ofícios, as ligas e uniões operárias, as federações estaduais, e a Confederação Operária Brasileira (fundada em 1906) sofriam forte influência dos anarquistas.A violenta greve geral foi deflagrada em São Paulo em julho de 1917 e foi uma das mais abrangentes e longas da história do Brasil. Hermínio Linhares em seu livro Contribuição à história das lutas operárias no Brasil; 2ª Ed.; São Paulo; Alfa- Omega; 1977 diz: "O auge deste período foi a greve geral de julho de 1917, que paralisou a cidade de São Paulo durante vários dias. Os trabalhadores em greve exigiam aumento de salário. O comércio fechou, os transportes pararam e o governo impotente não conseguiu dominar o movimento pela força. Os grevistas tomaram conta da cidade por trinta dias. Leite e carne só eram distribuídos a hospitais e, mesmo assim, com autorização da comissão de greve. O governo abandonou a capital.
”Cerca de 50.000 pessoas aderiram ao movimento. Para defender a greve foi organizado o Comitê de Defesa Proletária, que teve Edgard Leuenroth como um dos principais líderes. Os patrões deram um aumento imediato de salário e prometeram estudar as demais exigências. A grande vitória foi o reconhecimento do movimento operário como instância representativa, obrigando os patrões a negociar com os proletários e a considerá-los em suas decisões. Vale registrar que as promessas não foram cumpridas. Os patrões consideraram a greve não como uma questão social e política, mas como caso de polícia. Um exemplo disso é o grande aparato militar que se formou, em 1918, no Rio de Janeiro, com revistas nos passageiros dos bondes e em todos os operários e populares que transitavam pelas ruas.
Causas e Reivindicações
As causas e as reivindicações da Greve dos Operários se encaixam perfeitamente.Os operários,que na maioria eram mulheres e crianças,trabalhavam em fábricas com péssimas condições,condições deploráveis e quase inacreditáveis.Estes não tinham proteção legal,não existiam legislações,não havia descanso remunerado;férias ou aposentadoria ,as jornadas de trabalho eram longas e extenuantes;média de 10 a 14 horas por dia.Também não havia indenização para os casos de acidentes de trabalho;muito comuns pela presença de crianças nas fábricas e das condições físicas dos trabalhadores;debilitados pela má alimentação e pelas escassas horas de repouso,e o ambiente de trabalho era quase sempre insalubre;mal ventilado e iluminação precária;assim contribuindo para a propagação de doenças.E foram por todas estes citados que surgiu a Greve dos Operários,e eram as causas desta greve que os operários reivindicavam,nada mais que os seus direitos.Para piorar a situação dos operários que recebiam pouco,esta época(1917-1921)foi marcada em todo o mundo por crises,assim aumentando o custo de vida,e o Brasil não ficava fora,aumentando principalmente os alimentos.
Tendo como foco a greve de 1979, o trabalho de memória dos entrevistados foi realizado de diferentes modos. De um lado, para a maioria dos entrevistados, as lembranças da greve contribuem para a constituição de uma identidade de classe. Esse grupo é formado pelos atuais dirigentes do STICBH, aposentados e trabalhadores que continuam em atividade nos canteiros de obra de Belo Horizonte.
De outro lado, para 03 entrevistados, que conti
nuam trabalhando nesse ramo de produção, a mobilização é representada como uma explosão de violência nunca antes vista. Entre eles não perpassa a idéia de que suas recordações sobre aquela greve possam ser oferecidas como um legado às novas gerações de operários da construção civil de Belo Horizonte.
O movimento operário mostrou como suas organizações (Sindicatos e Federações) podiam lutar e defender seus direitos de forma descentralizada e livre, mas de forte impacto na sociedade. Esta greve mostrou não só a capacidade de organização dos trabalhadores, mas também que uma greve geral era possível.A industrialização fez surgir no Brasil um novo perfil social : O operário fabril. O movimento operário começou a surgir ainda no final do século XIX, mas foi com a industrialização provocada pela Primeira Guerra em nosso país que ele rapidamente se transformou em uma das principais forças políticas de sua época. Ele já em 1917, pode ser visto como um dos maiores movimentos operários do mundo.
Nas primeiras décadas do século XX o Brasil aumentou suas exportações. Em decorrência especialmente da Primeira Grande Guerra Mundial, o país passou a exportar grande parte dos alimentos produzidos para os países da Tríplice Entente. A partir de 1915 a ocorrência dessas exportações afetou o abastecimento interno de alimentos, causando elevação dos preços da pequena quantidade de produtos disponíveis no mercado. Embora o salário subisse, o custo de vida aumentava de forma desproporcional, deixando os trabalhadores em más condições para sustentar suas famílias e fazendo com que as crianças precisassem trabalhar para complementar as rendas domésticas.
A questão é como este movimento cresceu tão rápido e se fortaleceu tanto apesar de uma industrialização recente e incipiente. A resposta pode ser encontrada no violento regime de trabalho imposto aos operários na época, comparável somente ao do início da industrialização inglesa cem anos antes. Além disso temos que nos lembrar que a maioria dos operários eram imigrantes italianos e espanhóis com um histórico de organização política anterior. Eram estes, na sua maior parte, anarquistas.
A relação entre sindicatos e partidos e a democracia operária
Os sindicatos são instrumentos da classe operária, criados para defender seus interesses. São organizações de massa dos trabalhadores. Deles participam todos que querem lutar contra seu patrão, sem diferenciações ideológicas, de raça, religiosas, de orientação sexual etc. e surgiram naturalmente, devido à necessidade de trabalhadores de uma mesma fábrica se unirem contra seu patrão para reivindicar melhorias salariais ou nas condições de trabalho. No início, a burguesia não admitia qualquer organização sindical, pois estas criavam dificuldades a seus negócios e à livre concorrência. Várias leis foram criadas para proibir os sindicatos, e várias lutas foram travadas até que os trabalhadores conseguissem o direito à existência de suas organizações. As mais famosas foram as lutas pela jornada de oito horas, que aconteceram em todo o mundo e deram origem ao “1° de Maio” e a luta das mulheres por igualdade salarial com os homens, que tem o “8 de Março” como data de luta.
A discussão sobre a relação sindicatos-partidos envolve muitos aspectos importantes que influenciam diretamente nossa vida sindical. Os militantes partidários devem participar dos sindicatos? Os sindicatos devem discutir política partidária? Os partidos devem fazer propostas nas reuniões dos sindicatos? Qual deve ser a relação dos sindicatos com os governos e partidos governistas?
Para responder a estas perguntas, é necessário levar em conta, primeiro, uma diferença importante, que distingue a relação dos sindicatos com os governos e patrões, por um lado, e com os partidos, por outro. É a diferença entre independência e autonomia.
Assim, defendemos a independência dos sindicatos em relação ao governo, aos patrões e ao Estado. Isto é, não pode haver qualquer relação política, financeira ou organizativa com as entidades patronais e seus governos. Os sindicatos não devem receber quaisquer recursos financeiros vindos do Estado ou de empresários e deve proibir seus dirigentes de ocupar cargos de confiança em qualquer instância governamental.
Já os sindicatos devem ser autônomos em relação aos partidos. Isto é, as decisões dos sindicatos devem ser soberanas, mas devem permitir que seus membros participem de partidos políticos e vice-versa. Mas os sindicatos não podem ser apolíticos, é sua obrigação se posicionar sobre os acontecimentos políticos na sociedade e receber, em suas instâncias, todos os trabalhadores filiados, ou não, a partidos políticos.
A diferença entre independência e autonomia decorre do fato de que o governo, os patrões e seu Estado são defensores do capitalismo. Isto também acontece com o atual governo Lula que, embora tenha um presidente operário, é um governo que defende a ordem capitalista, isto é, a exploração dos trabalhadores, e não podemos ter qualquer relação com ele. Por isso dizemos que a CUT, ao ter membros seus no governo, receber dinheiro do governo – através do FAT – e dos patrões para organizar o Primeiro de Maio, transformou-se em Central chapa branca e subordinada aos interesses do capital.
Por outro lado, os sindicatos e os partidos operários são organizações construídas pelos trabalhadores, mas não são a mesma coisa. A relação entre eles não é de independência, mas de autonomia mútua. Para que essa relação possa ser bem estabelecida, é necessário conhecermos as diferenças entre os dois tipos de organização, seu papel e suas limitações.
Para responder a estas perguntas, é necessário levar em conta, primeiro, uma diferença importante, que distingue a relação dos sindicatos com os governos e patrões, por um lado, e com os partidos, por outro. É a diferença entre independência e autonomia.
Assim, defendemos a independência dos sindicatos em relação ao governo, aos patrões e ao Estado. Isto é, não pode haver qualquer relação política, financeira ou organizativa com as entidades patronais e seus governos. Os sindicatos não devem receber quaisquer recursos financeiros vindos do Estado ou de empresários e deve proibir seus dirigentes de ocupar cargos de confiança em qualquer instância governamental.
Já os sindicatos devem ser autônomos em relação aos partidos. Isto é, as decisões dos sindicatos devem ser soberanas, mas devem permitir que seus membros participem de partidos políticos e vice-versa. Mas os sindicatos não podem ser apolíticos, é sua obrigação se posicionar sobre os acontecimentos políticos na sociedade e receber, em suas instâncias, todos os trabalhadores filiados, ou não, a partidos políticos.
A diferença entre independência e autonomia decorre do fato de que o governo, os patrões e seu Estado são defensores do capitalismo. Isto também acontece com o atual governo Lula que, embora tenha um presidente operário, é um governo que defende a ordem capitalista, isto é, a exploração dos trabalhadores, e não podemos ter qualquer relação com ele. Por isso dizemos que a CUT, ao ter membros seus no governo, receber dinheiro do governo – através do FAT – e dos patrões para organizar o Primeiro de Maio, transformou-se em Central chapa branca e subordinada aos interesses do capital.
Por outro lado, os sindicatos e os partidos operários são organizações construídas pelos trabalhadores, mas não são a mesma coisa. A relação entre eles não é de independência, mas de autonomia mútua. Para que essa relação possa ser bem estabelecida, é necessário conhecermos as diferenças entre os dois tipos de organização, seu papel e suas limitações.
Os sindicatos são instrumentos da classe operária, criados para defender seus interesses. São organizações de massa dos trabalhadores. Deles participam todos que querem lutar contra seu patrão, sem diferenciações ideológicas, de raça, religiosas, de orientação sexual etc. e surgiram naturalmente, devido à necessidade de trabalhadores de uma mesma fábrica se unirem contra seu patrão para reivindicar melhorias salariais ou nas condições de trabalho. No início, a burguesia não admitia qualquer organização sindical, pois estas criavam dificuldades a seus negócios e à livre concorrência. Várias leis foram criadas para proibir os sindicatos, e várias lutas foram travadas até que os trabalhadores conseguissem o direito à existência de suas organizações. As mais famosas foram as lutas pela jornada de oito horas, que aconteceram em todo o mundo e deram origem ao “1° de Maio” e a luta das mulheres por igualdade salarial com os homens, que tem o “8 de Março” como data de luta.
Muito boa pesquisa!
ResponderExcluirMas cadê as imagens???
ResponderExcluirE os nomes d@s integrantes?
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